Caçapavanos ainda não tem o hábito de separar lixo reciclado de orgânico  De acordo com uma pesquisa feita por estudantes de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal do Pampa, 44,60% dos caçapavanos desconhecem que o município possui c...

Caçapavanos ainda não tem o hábito de separar lixo reciclado de orgânico 

De acordo com uma pesquisa feita por estudantes de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal do Pampa, 44,60% dos caçapavanos desconhecem que o município possui coleta seletiva de lixo.

Na pesquisa realizada em 15 bairros e na região central da cidade foram entrevistadas 157 pessoas de todas as classes sociais e de diversas idades. O resultado é preocupante para a cidade, que reativou no início do ano a Associação de Coleta Seletiva.

Em relação ao conhecimento sobre o termo “Coleta Seletiva”, 60,50% dos questionados afirmaram ter conhecimento; 36,30% não têm conhecimento e 3,20% apresentaram dúvida quanto ao termo, segundo o relatório apresentado pela Unipampa.

A Secretária de Assistência Social, Rosa Vivian,  informou que o município reiniciou, desde janeiro, a coleta seletiva na cidade. A Secretaria de Assitência Social vem desenvolvendo um trabalho junto à associação catadores de recicláveis para aumentar  o cadastro de associados e de produção de materiais recolhidos, contribuindo assim, na melhoria da renda das famílias catadoras de lixo.

“Nossa intenção não é apenas ter um controle e ajudar esses trabalhadores a se unirem em prol de melhorias de trabalho, mas também inseri-los nos programas do governo, como Cadastro Único, Bolsa Família, ver se os filhos deles estão matriculados e melhorar a qualidade de vida destes catadores”, disse a secretária, que tem encontrado resistência na adesão dos novos catadores de recicláveis.

Vale ressaltar que desde 2010 existe a lei 2.305, de Implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, que torna o município responsável pela coleta do lixo, proibindo os lixões a céu aberto, como o que havia na Esquina do Segredo. 

O lixo produzido em Caçapava tem como destino final a cidade de Santa Maria, e de acordo com a Coleta Seletiva de lá, 20% do lixo produzido em Caçapava é reaproveitado. 

Dado este que corrobora a pesquisa feita pela Unipampa, pois mostra que falta informação sobre a coleta seletiva e que não há separação do material reciclável. Isso aumenta os gastos da Prefeitura para transporte e destinação do lixo (o custo é por tonelada) e diminui a renda dos catadores. 

“Creio que a importância do projeto da Unipampa para a cidade é que ao auxiliarmos a Prefeitura na organização de campanhas de educação ambiental daremos o empurrão inicial para que aja um movimento neste sentido, principalmente porque até o momento não há nenhuma ação de educação ambiental, o que pode ser evidenciado pela nossa pesquisa”, disse a professora Juliana Young, uma das responsáveis pelo projeto.

Quando questionados sobre se há no município campanhas, palestras, divulgação em mídias referente a resíduos sólidos, 73,24% afirmaram que não têm conhecimento e apenas 26,76% afirmaram já terem ouvido, participado e presenciado estas iniciativas no município.

Para o estudante Stener Camargo, que trabalhou nas pesquisa, há uma carência de campanhas de educação ambiental no município. “É preciso que o poder público invista em campanhas de educação ambiental, para que a população saiba o destino correto dos resíduos, garantindo assim uma melhor qualidade de vida para as pessoas”.

 

Associação de Coleta Seletiva

De acordo com Rosa Vivian, há aproximadamente  25 catadores de reciclados na cidade. A antiga Asguecol (Associação dos Guerreiros da Ecologia) por seis anos esteve inativa e inadiplente na Receita Federal, com dívidas próximas a R$ 7 mil.

A associação dos catadores hoje é formada por sete famílias. Cada uma consegue uma renda média de R$560,00 a R$700,00 por mês, além de ganhar cesta básica. A associação recebe investimento público da prefeitura, que auxilia com o transporte, a gasolina e o motorista do ônibus coletor.

“Hoje a associação está consolidada. Em oito meses já vendemos quase R$ 30 mil. Investir na reciclagem é investir no município, pois deixamos de pagar para a retirada do lixo, diminuindo os gastos Prefeitura. Contribuímos para a associação e também para o meio ambiente”, completou Rosa Vivian.

Uma das reclamações dos catadores é à falta de respeito em relação aos horários. “Algumas pessoas sabem o horário que passamos e esquecem de pôr o lixo reciclável ou colocam depois que já passamos, assim como acontece com os lojistas, no centro da cidade. A gente passa retirando os recicláveis e minutos depois eles colocam de novo as caixas nas calçadas”, comenta um dos catadores.

Para a mestre em Engenheira Ambiental, Lislair Leão Marques, autora de blogs e fórum de discussão sobre meio ambiente e turismo local, a população perde com a falta da reciclagem, pois o lixo acaba indo para afluentes dos rios, contaminando solo e água e também diminui o interesse pelo turismo local, já que os lixo fica espalhado a qualquer horário pelas ruas da cidade.

 

Projeto de Reciclagem da Unipampa

A Unipampa tem desenvolvido projetos de reeducação ambiental com o grupo de seletores, em parceria com a Prefeitura e a Secretaria de Assistência Social.

São realizadas oficinas e palestras para a associação e nas escolas e comunidades. O objetivo é conscientizar a população da importância da separação do lixo orgânico do reciclado.

“A Unipampa tem o papel de apoio técnico, a Prefeitura de executora. A prefeitura deve implantar a coleta seletiva de forma eficiente para que a população acredite que realmente é eficiente. Nós, através do projeto queremos fortalecer a associação de catadores e auxiliar nas campanhas de educação ambiental”, disse Young.

As alunas Kelly Liesenfeld e Milene Priebe também falaram sobre o projeto do professor José Rojas de se criar uma compostagem com o lixo orgânico da cidade, transformando os resíduos ema dulbo e diminuindo os gastos de transporte do lixo local para o aterro de Santa Maria.

“Quanto aos resíduos domésticos, o ideal seria que somente os resíduos contaminados (como papel higiênico, guardanapo engordurado, entre outros) fossem para o aterro sanitário. Mesmo morando em apartamento pode-se utilizar, por exemplo,  uma floreira para fazer a compostagem de cascas de frutas, de legumes, erva-mate... Já o papel, papelão, plástico, pote de yogurte, pote de vidro, caixa de leite, garrafas PET,  podem ser lavados e reaproveitados. Cabe ressaltar que o mais importante é reduzir o consumo.”, concluiu Young.

Por William Brasil – Jornal Gazeta de Caçapava

ROTEIRO DA COLETA SELETIVA

-Segunda-feira:

Manhã: Ruas Silva Jardim, General Osório, 15 de Novembro, 7 de Setembro,  Lúcio Jaime,  Riachuelo, Gal. Neto e Bento Gonçalves

Tarde: Ruas Barão do Rio Branco, Barão de Caçapava, Benjamin Constant, Coriolano Castro,Felix da Cunha, Avenida Castelo Branco, Rua 15 de Novembro, 7 de Setembro,Lúcio Jaime e Bairro Pérsia.

-Terça-feira

Manhã: Escolas Municipais, Postos de Saúde, Órgãos Públicos, Creches, Bairro São Domingos, Escolas Estaduais, Vila Henriques, Vila Figueira, Vila Batista, Ruas 15 de Novembro e Rua 7 de Setembro Tarde: Rua 15 de Novembro, 7 de Setembro e Lúcio Jaime.

-Quarta-feira

Manhã: São Judas Tadeu, Cerro Formoso, São João, Rua 15 de

Novembro, Rua 7 de Setembro e Bairro Pérsia.

Tarde: Av. Castelo Branco, Rua Felix da Cunha, Rua Coriolano Castro, Rua Benjamin Constant, Rua 15 de Novembro, Rua Lúcio Jaime, Bairro Floresta.

-Quinta-feira:

Manhã: Rua Silva Jardim, Rua General Osório, Rua 15 de Novembro, Rua 7 de Setembro, Rua Lúcio Jaime, Rua Riachuelo, Rua Gal. Neto e Rua Bento Gonçalves.

Tarde: Rua Barão do Rio Branco, Rua Barão de Caçapava, Rua Benjamin Constant, Rua Coriolano Castro, Rua Felix da Cunha, Av. Castelo Branco, Rua 15 de Novembro, Rua 7 de Setembro, Rua Lúcio Jaime e Caieiras.

-Sexta-feira

Manhã: Bairro São Judas Tadeu, Bairro Cerro Formoso, Bairro São

João, Rua 15 de Novembro e Rua Lúcio Jaime.

 

Tarde: Bairro São Domingos, Vila Henriques, Bairro Figueira, Vila Batista, Rua 15 de Novembro e Rua 7 de Setembro.

Data de publicação: 26/09/2014